Época: Bombou na web

Uma discussão entre dois personagens do Twitter movimentou a rede social esta semana. O ator e músico Fiuk resolveu tirar satisfação com o vlogueiro Felipe Neto, depois de ele publicar um vídeo falando sobre a atitude de “Fiukar”, no seu canal Não faz sentido no YouTube. Segundo Neto, o neologismo fiukar é o “ato de agir como um verdadeiro retardado, para iludir uma penca de adolescentes retardadas, (…) que são amadas por um ídolo babaca”. Fiuk deu uma resposta pelo Twitter, pedindo para ele não mexer com quem estava quieto. Os dois foram parar nos Trending Topics e o resto da história já é mais ou menos o que você, twitteiro, está acostumado. (Há um vídeo feito pelo @pablo_peixoto explicando mais ou menos a briga. Clique aqui para assisti-lo)

Basicamente, Felipe Neto usou de uma tática comum a toda sua estratégia na internet: esbravejar contra qualquer personagem da moda teen que esteja em destaque. Com isso, ele atrai cada vez mais seguidores no Twitter e espectadores no seu canal. Sobre esta tática, falaremos mais no final do post. Antes, alguns fatos:

Uma das coisas mais divertidas aqui no Bombou é a nossa missão de descobrir hits na web quando eles ainda estão nascendo. Pode ser um nerd que fale sobre Shakespeare, sexo e cerveja, num vídeo cômico publicado no YouTube. Pode ser uma denúncia grave, como as agressões sofridas por Geisy Arruda na Uniban. Ou até do tipo “casos de família”, como o vídeo do barraco de Sorocaba, que gerou uma matéria de seis páginas na revista ÉPOCA, discutindo os limites da privacidade na internet. Não fomos nós que criamos esses vídeos, mas certamente temos o nosso papel em promovê-los. E ficamos felizes quando acertamos.

Desde o início do ano, o Bombou vem dando uma atenção especial aos vlogueiros. Eu já era entusiasta da modalidade. Assistia a alguns vlogs gringos e acompanhava o Com a palavra Ronald Rios. Ri muito também do camarada PC Siqueira, que descobri pelo blog Bobagento. O PC tem o canal Mas Poxa Vida no Youtube. Eu não sei por que cargas d’água escrevi “Max Poxa Vida”. E, olha que legal. Em vez de me xingar, apenas me mandou um email educado, agradecendo a divulgação do vídeo, mas pedindo a correção. (Assista aqui ao vídeo que PC fala sobre Jornalistas)

Logo começaram a chegar pedidos de leitores para falar do Felipe Neto, que começava a fazer sucesso com o vlog Não faz sentido. Daí começa o grande dilema do jornalista. Quando achamos um personagem talentoso e resolvemos escrever sobre ele, queremos que os nossos leitores tenham contato com aquilo que há de bom na internet. Nem sempre nossa opinião bate com a maioria e não é raro recebermos comentários do tipo “não tem graça nenhuma”. Agora: e quando achamos o material de qualidade questionável, mas estamos recebendo uma série de pedidos de leitores: “escrevam sobre o Felipe Neto!!!”? Eram 3 milhões de views no YouTube em pouco tempo de estreia. Optamos então por publicar uma nota aqui no Bombou.

Felipe Neto cresceu – hoje está com mais de 23 milhões de visitas em seu canal. Passou a dar entrevistas a diversos veículos, apareceu na TV algumas vezes e manteve a linha editorial (digamos assim) de seu blog: pegar modas teens que estão fazendo sucesso no momento e soltar ofensas e palavrões contra seus protagonistas. Provocar atores e músicos, como o Fiuk, que possui o dobro de seguidores que ele no Twitter, para conseguir um pouco mais de audiência. A ânsia de Felipe Neto é tamanha que ele chega a fazer uma autocrítica pesada sem perceber. “Ter uma penca de fã babaca é essencial para ganhar qualquer tipo de votação”, disse Felipe Neto no vídeo sobre o Fiukar. No mesmo vídeo, ele pede na barra inferior do YouTube, para que as pessoas votem nele como personalidade da internet, no VMB, da MTV.

É uma fórmula que deu certo e que deve funcionar por mais um tempinho. Mas é cansativa: não há tantos ídolos teens que banquem vídeos semanais e a internet lança novos hits todos os meses. Além disso, Felipe Neto, que vive exclusivamente de criticar o alheio, se mostra estranhamente avesso a qualquer típico de crítica. Para isso, rotula como “trolls” qualquer pessoa que fale contra seus vídeos. Chama abertamente de “jornalistas de m…” quem o descreve como “superficial” e costuma enviar e-mails – como revelou um colega – falando em processos ou ameaçando que irá comunicar a diretoria de redação.

O talento de Felipe Neto para a internet é indiscutível. Quem questiona seu talento artístico precisa reconhecer que a tática funciona: seu canal está sempre entre os mais vistos do YouTube no Brasil. Agora, como outros vlogers e celebridades, precisa aprender a receber críticas, até porque a crítica é a matéria-prima do seu texto na web.

Já que o Galvão levou na brincadeira, espero que ele também leve. O recado do Bombou nesta sexta-feira é “Cala a boca, Felipe Neto!”.

Bruno Ferrari

Epóca

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