As melhores coisas do Mundo...

RIO - Primeira vez, divórcio dos pais, bullying no colégio, paixão platônica (e, claro, não correspondida) pela gata da turma, experiência com drogas, bebedeiras... A lista é longa, concordará o leitor, um turbilhão que pode fazer da adolescência um ansioso tormento. Mas nada como se divertir à beça vendo tudo do lado de cá da tela.

Veja o trailer de "As melhores coisas do mundo"

Com pesquisa apurada, texto inteligente e direção que dribla a caricatura, "As melhores coisas do mundo", longa de Laís Bodanzky ("Bicho de sete cabeças") baseado na série de livros "Mano", de Heloisa Prieto e Gilberto Dimenstein, estreia sexta tentando preencher a estranha lacuna de filmes para adolescentes do cinema nacional. O desafio é conseguir tocar o público-alvo.

Pelo menos para dois deles a parada já está ganha. Os paulistanos Francisco Miguez, de 15 anos, e Gabriela Rocha, de 16, são o protagonista, Mano, e a melhor amiga dele, Carol. Escalados depois de exaustivos testes entre alunos de colégios, eles levaram seu jeito de falar e agir e muito das próprias vivências para a história. E acreditam que o resultado foi bem realista.

A trama mostra a transformação na vida de Mano enquanto os pais (Denise Fraga e Zecarlos Machado) se separam e o irmão (Fiuk) vive um drama sinistro. Tudo é recheado com histórias que você deve conhecer: as fotos da colega seminua circulando na escola, a dificuldade de chegar na menina naquela festa, os colegas zoando maldosamente um problema familiar...

- O roteiro tinha as ideias gerais, mas a Laís deixou a gente livre para falar como quisesse. Coisas espontâneas dos bastidores foram parar na edição. Muito daqueles personagens somos nós - conta Francisco, rindo quando o repórter pergunta se também é inspirada numa experiência pessoal a cena em que ele, megadesajeitadamente, perde a virgindade com a garota dos sonhos. - O que eu posso dizer é que têm aparecido mais meninas, sim. Tô trabalhando para dar conta (risos).

Nos dois meses de filmagens, ele faltou ao colégio todos os dias e teve aulas particulares à noite, depois de ralar das 6h às 18h. Para Gabriela foi menos punk. Ela só perdeu um mês. Óbvio que nem ligou:

- Ah, não vou mentir e dizer que adoro estudar. Penso em fazer Medicina. Mas não sei se quero continuar a ser atriz. Mas também não sei se quero MESMO fazer faculdade (risos).

Para retratar o universo adolescente sem estereótipos, Laís e o roteirista, Luiz Bolognesi, se reuniram exaustivamente com grupos em colégios. Durante as filmagens, um conselho jovem indicava se a coisa estava correndo como deveria.

- O lado tecnológico, do celular tão presente, apareceu por causa deles, não estava no primeiro roteiro - diz a diretora.

- Eles não queriam aquela história de loser versus os babacas populares. Essa estrutura a galera não aguenta mais. Só consome por não ter outra coisa. A gente se preocupou em retratar o adolescente brasileiro - conta Bolognesi. - Que é bem menos liberado sexualmente, se droga e bebe muito menos e é muito mais politizado do que tinham me alertado. Fiquei feliz com o que eu vi na pesquisa, essa galera está bem melhor do que foi a minha geração.


MAIS SOBRE OS PROTAGONISTAS

Francisco Miguez

CURTE tocar guitarra, ir a festas e bares com amigos - "Ah, já entrei em boates, sim, mesmo sem ter RG falso" - e tem escutado muito Franz Ferdinand e Sonic Youth. Não é viciado em internet e só está em uma rede social.

FAMA: "Meu colégio (Oswald de Andrade, SP) é pequeno, já fiquei famoso. E muita gente tem pedido para me adicionar no Orkut. Tinha gente que nem dizia oi e agora chega, acho estranho. Pelo menos fala alguma coisa, pô!"

ESPINHAS: No filme, rodado há um ano, ele está cheio delas. "Sumiram sozinhas! Putz, muito bom, nem fiz tratamento. Tipo: 'Tchau, puberdade!'"


Gabriela Rocha

INTERNET: É viciada em Twitter, tem Facebook só para usar os jogos e conta 600 contatos no Orkut, embora jure só adicionar quem é "realmente amigo".

FAMA: No colégio (Dante, SP), pouca coisa mudou. "Quem me conhecia diz 'ah, vi seu trailer, vi o cartaz'. Mas não virei celebridade. E não, não tenho namorado."

CURTE pop e rock, Panic At The Disco e Lady Gaga - "Amo Lady Gaga! O clipe de 'Telephone' é maravilhoso" - e adoraria ter feito "Bicho de sete cabeças" ou... "Jogos mortais" (!!). "Não quero acordar enjaulada um dia... Mas passar por aquilo na ficção seria muito legal!"

Fonte: O Globo

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